CANCIÓN POR LA UNIDADE DE LATINO AMÉRICA. PABLO MILANÊS E CHICO BUARQUE

E quem garante que a História
É carroça abandonada
Numa beira de estrada
Ou numa estação inglória

A História é um carro alegre
Cheio de um povo contente
Que atropela indiferente
Todo aquele que a negue

É um trem riscando trilhos
Abrindo novos espaços
Acenando muitos braços
Balançando nossos filhos


quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Resenha da entrevista de Philippe Perrenoud para a Revista Nova Escola

GENTILE, Paula e BENCINI, Roberta. Entrevista da Revista Nova Escola com Philippe Perrenoud. Brasil, Setembro de 2000.


A ARTE DE CONSTRUIR COMPETÊNCIAS


Murilo Benevides de Oliveira
Faculdade Tecnologia e Ciências EaD

Philippe Perrenoud é doutor em sociologia e antropologia, leciona na Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Genebra, além de ser diretor do Laboratório de Pesquisas sobre a Inovação na Formação e na Educação (Life). Há alguns anos, ele se tornou uma referência essencial para os educadores em virtude de suas idéias pioneiras sobre a profissionalização de professores e a avaliação de alunos, denominada Pedagogia das Competências, que faz parte de uma corrente teórica construtivista empenhada em explicar como a inteligência humana se desenvolve partindo do princípio de que o desenvolvimento da inteligência é determinado pelas ações mútuas entre o indivíduo e o meio.

No ano de 1999, o educador Philippe Perrenoud publicou o livro “Construindo competências desde a escola” e um ano depois foi entrevistado por Paula Gentile e Roberta Bencini para uma matéria que foi publicada pela “Revista Nova Escola”.

Para Perrenoud, as escolas deveriam estar preparadas para desenvolver atividades capazes de estimular o indivíduo a mobilizar um conjunto de recursos cognitivos a serem usados no cotidiano da vida, em família ou no trabalho.

Para isso ele indica algumas mudanças que deveriam acontecer no sistema de ensino como: maiores investimentos do sistema educacional, tempo para as atividades pedagógicas, novas fórmulas na aplicação de métodos avaliativos e a profissionalização e capacitação dos docentes (com desenvolvimento de atividades que estimulassem as competências). Nesta última, Perrenoud trata com maior ênfase, principalmente quando fala da necessidade de identifica que tipo de atividade seria necessário aplicar para a diversidade individual dos alunos.

No seu livro  Construindo competências desde a escola  Perrenoud trata de abordar as competências como ferramentas a serem mobilizadas pelos professores conforme as necessidades, a fim de que se possam resolver determinadas situações-problema apresentadas na escola, no trabalho e fora dele. É, pois, a capacidade de agir eficazmente em um determinado tipo de situação, apoiada em conhecimentos, mas sem limitar-se a eles. A ideia de competência está baseada em um conhecimento amplo e atualizada sobre as novas práticas sociais.

As experiências do educador, entretanto, se resumem a argumentos que vão de encontro justamente ao sistema educacional, que segundo ele, “nada fazem além de adotar a linguagem das competências, sem nada mudar de fundamental”.

A entrevista realizada por Paula Gentili e Roberta Bencini com o educador Philippe Perrenoud em setembro de 2000, trata do livro do educador  Construindo competências desde a escola  que está direcionada às pessoas que se interessam pelos novos métodos pedagógicos construtivistas instituídos pela UNESCO e está implantado no PCN elaborada pelo MEC.


terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Patrimônio Histórico, Cultural, Ambiental e suas vertentes


Murilo Benevides de Oliveira
Faculdade Tecnologia e Ciências EaD


A partir do século XVIII, os intelectuais franceses da época, motivados pelas manifestações republicanas, sentiram a necessidade de preservar os bens que pertenciam à nobreza e ao clero, com o objetivo de guardar a memória histórica da nação. A preservação do Patrimônio Histórico foi de fundamental importância para o estabelecimento do sentimento nacional. No entanto, o modelo positivista de interpretar a história ficou caracterizado pela forma romântica a favor do Estado, com seus heróis, batalhas e pretensões imperialistas. Só que, no século XIX, inúmeras vertentes passaram a ditar novos modelos de interpretar a história. A Escola dos Annales fundada em 1929 passou a utilizar a interdisciplinaridade a favor de uma nova abordagem de estudos históricos. A nova forma utilizada pela Escola dos Annales deu ênfase aos patrimônios de natureza cultural, que passou a abranger aspectos intelectuais, religiosos, psicológicos, morais, históricos e políticos, caracterizados nas sociedades do passado e do presente, sendo de grande importância para estudar e identificar os grupos e as transformações sociais ao longo do tempo.

O conceito de Cultural criou novas vertentes para se estabelecer o que na verdade viria a se tornar um patrimônio cultural. No Brasil, segundo a Constituição Federal de 1988, no artigo 216 – Constituem Patrimônio Cultural Brasileiro os bens de natureza Material e Imaterial tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação e à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem: As formas de expressão; os modos de criar, fazer e viver; as criações científicas, artísticas e tecnológicas; as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais; os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico. E, para melhor identificar os bens culturais, eles foram divididos em três categorias: o Patrimônio Material, Imaterial e Ambiental.

Patrimônio Material
Mercado Adolfo Lisboa - Patrimônio Material de Manaus AM (foto/fonte: Diferentes Viagens)
O Patrimônio Material é um bem de natureza tangível e que pode ser utilizado para os estudos ao longo do tempo, ou seja, a cultura material é particularmente valiosa quando se estudam as sociedades que não deixam registros escritos. O Mercado Adolfo Lisboa, em Manaus, é um exemplo de Patrimônio Material. Tombado em 1987 pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional), registra os tempos áureos do ciclo da borracha, a sua estrutura possui características peculiares, sendo a única no mundo a ter uma arquitetura de ferro. Marcado pelo desenvolvimento colonialista, a importância do Mercado acaba por representar uma parte histórica da sociedade de Manaus.

Patrimônio Imaterial
Ofício das Baianas de Acarajé - Patrimônio Imaterial de Salvador BA ( foto/fonte: Portal da Cultura)
O Patrimônio Imaterial é um bem de natureza intangível, sua concepção passou a ser utilizada após ser instituída na constituição de 1988, no artigo 216. A sua importância abrange valores ao reconhecimento das tradições orais e imateriais da cultura popular. O Ofício das Baianas de Acarajé (inscrito nos Livros dos Saberes pelo IPHAN em 2005) é um exemplo de Patrimônio Imaterial, a baiana de acarajé identifica e é identificada pela cultura afro-descendente e a importância do seu ofício está diretamente ligada à cultura da culinária do povo baiano.

Patrimônio Anbiental
Serra do Curral - Patrimônio Ambiental de Belo Horizonte MG (foto: Lucas Alexandre/fonte: iKoNE foTO deSIGN)
O Patrimônio Ambiental é usado para o conhecimento da inter-relação cultural do homem com seus semelhantes e tudo que envolve o meio ambiente. A Serra do Curral, tombada em 1960, é um símbolo da fauna e da flora da cidade de Belo Horizonte. A flora diversificada apresenta áreas cobertas por cerrado, campo de altitude, mata de galeria e vestígios de Mata Atlântica. Sua fauna é rica em animais invertebrados e aves, além de 17 espécies de anfíbios, répteis e mamíferos de pequeno porte. Todas estas diversidades biológicas encontradas no local se tornaram de fundamental importância para manter a identidade ambiental da capital mineira.

Os Livros de Tombos e Registros acaba por dar proteção legalizada aos bens culturais. Entretanto, há muitos problemas para se manter este tipo de patrimônio preservado como: o abandono, depredação, conservação, restauração, roubo, furto, tráfico ilícito, descaso, omissão etc. Diante das irrefutáveis situações, não basta apenas tombar ou registrar, deve haver uma política de preservação patrimonial e sua aplicação efetiva, que não deve apenas se restringir a esfera federal, abrangendo as estaduais e as municipais. Um bem tombado não deve ser apenas um ônus, um problema ao seu proprietário. As leis orgânicas podem criar leis específicas para a redução de impostos municipais aos proprietários de bens tombados, incentivando a preservação de tais patrimônios.




sábado, 3 de dezembro de 2011

O poder hierárquico das classe e os escravos da antiga civilização

A ESTRUTURA DO PODER NAS CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE
Tema: Hierarquia social

Murilo Benevides de Oliveira
Faculdade Tecnologia e Ciências EaD

Na formação das primeiras civilizações da antiguidade, os chefes de estado basicamente se autodenominavam um enviado de deus, ou até mesmo, o próprio deus vivo, e acabavam monopolizando o poder supremo sobre a população. Porém, dentre as diversas civilizações antigas é possível identificar diferenças de poder e as estruturas das classes sociais, determinadas pela hierarquia de um poder não apenas religioso como também patriarcal de descendência, militar, ou por acumulação de riquezas, fato que sempre colocava o restante da grande maioria da sociedade em situação submissa às classes dominantes.

Na civilização egípcia, por exemplo, o faraó se autodenominou rei e deus dos egípcios. Abaixo do faraó o poder se dividia entre os sacerdotes, os altos funcionários, os monarcas, os escribas e os guerreiros, que detinham privilégios e estavam acima do restante da população, que era composta pelos artesãos, comerciantes e camponeses. Submissos a todas estas classes estavam os escravos. Esta última, no entanto, foi identificada praticamente em todas as civilizações da antiguidade.

A hierarquia das classes sociais egípcias pode até servir de base para a maioria das civilizações da antiguidade, que por sua vez podem ser divididas respectivamente entre o poder religioso, por acumulação de riquezas e/ou pelo poder militar. O restante da população se dividia entre os trabalhadores não descendentes, estrangeiros e escravos.

Apesar do poder teocrático predominar na maioria das civilizações antigas, a hierarquização das classes sociais dos povos helenos ganhou destaque por suas características peculiares. 

Na cidade-estado de Atenas, por exemplo, a democracia foi denominada “o governo do povo para o povo”, ou seja, o poder estabelecido na cidade era proveniente de uma escolha feita pelos cidadãos. No entanto, apenas uma minoria relativa à sociedade fazia parte da classe dos cidadãos, denominados Eupátridas, ou seja, homens ateniense. Os Metecos eram os estrangeiros, dedicavam-se a atividades como o comércio e o artesanato, não podiam possuir terras e nem participar da vida pública. Os escravos eram prisioneiros de guerra ou filhos de escravos, trabalhavam em diversas atividades servis.

Já na cidade-estado de Esparta, o poder foi caracterizado pelo militarismo e pela descendência, pois apenas os espartanos (descendentes dos dórios) poderiam participar da vida pública, eles detinham o poder e vários benefícios sobre as outras classes. Os periécos (como ficaram conhecidos os aqueus) eram livres, mas não tinham direitos políticos. Possuíam terras, mas eram obrigados a pagar impostos sobre elas. No exército não passavam de soldados de infantaria. E, por fim, os hilotas (descendiam dos messênios e de outros povos conquistados) eram escravos pertencentes ao Estado e cultivavam as terras dos espartanos.

Apesar das características excludentes das sociedades antigas, nenhuma delas se comparou à sociedade de castas introduzida pelo povo hindu. O sistema de endogamia era a base fundamental para a manutenção da existência das castas, que, por sua vez, era proveniente do deus Brahma, a divindade criadora do universo.
Segundo alguns estudiosos, a casta dos Brâmanes (sacerdotes e letrados) estavam acima das demais e deveriam ser reverenciados. Os xátrias (guerreiros) estariam no segundo escalão, ocupavam altos postos militares e na sua maioria eram governantes do tradicional sistema social védico-hindu. Os vaixás (agricultores, pastores e comerciantes), apareciam no terceiro escalão, porém detinham toda a riqueza da sociedade, eram os únicos que podiam praticar a cobiça. Os shudras (servos) formaram a quarta e mais baixa das castas, constituída por aqueles que nasciam para servir. Abaixo de todas as castas os dalits (intocáveis ou impuros), não foram se quer considerados uma casta, sua posição na sociedade era tão baixa, que sua sombra era proibida de tocar nas castas superiores.

Diante de todas as diversidades hierarquias da sociedade antiga é possível identificar o poder e a opressão de parte de classes sociais, representada pela aristocracia eclesiástica ou patriarcal, sobre povos vencidos em batalhas, que foram submetidas à servidão e denominados escravos da civilização.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

As fases da Revolução Industrial e suas consequências


Murilo Benevides de Oliveira
Faculdade Tecnologia e Ciências EaD

RESUMO
Tendo como principal fonte de investigação a obra de Alexandre Alves e Letícia de Oliveira, este artigo recorre ao período do renascimento no ocidente europeu, com o objetivo de identificar as fases segmentadas do avanço tecnológico, que geraram mudanças nos paradigmas da sociedade global, identificando os benefícios causados a cada nova descoberta e as consequências no comportamento social e no meio ambiente, que nos dias de hoje podem levar a extinção da humanidade. Como solução, o artigo apresenta um entrelaçamento de toda a sociedade global, para aderir às novas correntes ideológicas do preservacionismo e o conservacionismo, que levam em conta, as novas normas de conduta social e a proteção ambiental como única forma de salvação da humanidade.

Palavras-chave: Artigo Científico, Revolução Industrial, Meio Ambiente, Sociedade Globalizada.

1 INTRODUÇÃO
Entre os séculos XIII e XV, a sociedade ocidental da Europa - a princípio na Grã-Bretanha -, descobriu no iluminismo uma nova forma de vida que veio determinar mudanças radicais no meio da sociedade feudal. Uma das principais mudanças foi a produção e a comercialização de produtos manufaturados. Entretanto, foi apenas em meados do século XVIII, com a criação da máquina a vapor, que a produção e a comercialização dos produtos passariam a ditar radicalmente as mudanças na forma de vida da humanidade. A partir de então, o processo de evolução da tecnologia industrial decorreu por 3 fases que geraram benefícios e prejuízos para o homem e o meio ambiente, e ficaram conhecidas coma a primeira, a segunda e a terceira Revolução Industrial.

2 DESENVOLVIMENTO
Desligando-se dos paradigmas determinados pela sociedade feudal, o homem passou a buscar na comercialização de produtos uma nova atividade para a sua sobrevivência, tudo isso para suprir as necessidades deixadas pelo desligamento entre os servos e senhores feudais. As comercializações dos produtos geraram grandes lucros, no entanto, a produção era lenta e limitava-se a produtos manufaturados, ou seja, o mercado necessitava de uma maior quantidade de produtos e para se produzir mais era necessário maior número de operários trabalhando. Agindo sobre estes novos paradigmas, os grandes empresários passaram a investir em tecnologia.

1ª Revolução Industrial
Em 1712, Thomas Newcomen divulgou a sua criação (a primeira máquina a vapor), que após ser aperfeiçoada por James Watt, em 1769, revolucionou o mercado têxtil e depois serviu de base para a mecanização de outras indústrias. A inovação de Watt deflagrou a primeira fase da Revolução Industrial, as ascendentes invenções nas áreas da metalurgia e nos meios de transportes serviram de base também para várias outras invenções. Como afirmam o Mestre e Doutor em Ciências na área de História Econômica Alexandre Alves e a Mestre em Ciência na área de História Letícia Fagundes de Oliveira:

 “A máquina de Watt foi usada para diversas funções, como mover locomotivas e navios e acionar os enormes foles e martelos utilizados na metalurgia. Até a invenção dos motores de combustão interna e das usinas elétricas no começo do século XX, os motores a vapor dominaram a indústria e os transportes (2010, p.145)”.


Apesar das indústrias ficarem concentradas nos grandes centros urbanos, os avanços na industrialização também chegou ao campo e resultaram num grande aumento da produção agrícola.

Porém, as buscas por aperfeiçoamento na tecnologia industrial não se limitaram apenas na descoberta da máquina a vapor.

2ª Revolução Industrial
Na segunda metade do século XIX, a utilização da eletricidade e do petróleo na produção industrial, gerou mudanças no meio político, econômico e social, num período que ficou conhecido como a Segunda Revolução Industrial.

Mais barata que o carvão e inesgotável, a eletricidade foi inicialmente utilizada na iluminação pública e foi substituindo cada vez mais a energia a vapor nas fábricas e nos transportes. Já o petróleo foi utilizado na iluminação: posteriormente, passou a ser empregado para movimentar as máquinas nas fábricas e, com o aperfeiçoamento no motor de combustão interna, foi possível utilizá-lo como combustível nos meios de transportes.

Segundo Alves e Oliveira o empreendimento nas novas fontes de energia deram impulso a vários setores do transporte, da agricultura e do crescimento populacional:

“Ao mesmo tempo houve uma revolução nos meios de transporte com a expansão dos trilhos ferroviários, a construção das ferrovias transcontinentais e a substituição definitiva dos navios a vela pelos navios a vapor, facilitando o armazenamento de cargas e a distribuição de mercadorias. O coroamento dessa série de inovações nos transportes veio com a invenção do primeiro veículo reconhecido como automóvel, em 1885. (...) Novos métodos de produção foram implementados na agricultura, com a utilização de máquinas e fertilizantes químicos, ocasionando, assim, o aumento da produção de grãos. Essa mudança acarretou o barateamento dos preços dos produtos agrícolas e possibilitou um grande aumento demográfico. A população da Europa, que era de aproximadamente 145 milhões de habitantes em 1750, aumentou para 265 milhões em 1850, e, em 1900, chegou a cerca de 430 milhões de pessoas" (2010, p.12).


No início do século XX, a população europeia passou a viver um período de otimismo e de orgulho pelas realizações das novas descobertas tecnológicas. “O período chamado Belle Époque, ficou caracterizado pela crença na prosperidade econômica sem fim – resultado da política imperialista. Um forte sentimento nacionalista, no entanto, passou a alimentar a disputa na concorrência entre as nações e gerou duas grandes guerras que tiveram a participação de países de todo o planeta.

As batalhas que envolveram as nações do mundo criaram novos avanços em vários setores da tecnologia - principalmente na bélica -, e ascenderam novas potências na economia mundial como relata Eric J. Hobsbawm:

“O Estado se tornou essencial para certos setores da indústria, pois quem, senão o governo, constitui a clientela dos armamentos? Os bens que essa indústria produzia eram determinados não pelo mercado, mas pela indeterminável concorrência dos governos, que os fazia procurar garantir para si um fornecimento satisfatório das armas mais avançadas e, portanto, mais eficientes." (HOBSBAWM apud ALVES; OLIVEIRA, 2010, p. 49)


Entretanto, foi no pós-guerra que a tecnologia avançada ganhou o mundo. Grandes avanços tecnológicos de comunicação e informação passaram a expandir seus negócios pelo globo. Na década de 1980, as faculdades de administração de empresas norte-americanas passaram a aplicar o termo globalização nos novos empreendimentos.

3ª Revolução Industrial
A criação do microchip foi a principal invenção que levou ao desenvolvimento das novas tecnologias de informação e comunicação. A industrialização passou a integrar conhecimentos de várias partes do globo.

“Assim, no processo de fabricação de um carro, por exemplo, as novas tecnologias permitiram a realização simultânea das diversas fases de produção em locais diferentes: o design podia ser planejado na Alemanha, o motor feito na França, os componentes eletrônicos fabricados no Japão, o chassi e a lataria em Taiwan; por fim, todos os componentes poderiam ser transportados e reunidos numa montadora no Brasil, resultando no produto final que é o carro pronto" (ALVES; OLIVEIRA, 2010, p. 293).

Uma ascendente febre na área da informática tem mudado radicalmente e de forma acelerada todos os paradigmas da sociedade. Para tentar derrubar a concorrência, no entanto, as empresas têm investido cada vez mais em novidade com o intuito de alimentar as necessidades do mundo capitalista.

As Consequências
Os vários avanços tecnológicos desde a primeira Revolução Industrial geraram inúmeros benefícios aos seres humanos. Porém, as desigualdades sociais, a exploração do trabalho infantil, feminino e das classes, o consumismo insano, a destruição do meio ambiente, etc. resultaram em consequências ainda sem precedentes.

Tomas de Quincey relata a exploração das crianças e mulheres:

“Aumentou muito o número de trabalhadores porque os homens foram substituídos no trabalho pelas mulheres e sobre tudo porque foram substituídos pelas crianças. Três meninas com 13 anos de idade e salários de 6 a 8 xelins por semana substituem um homem adulto com salário de 18 a 45 xelins" (QUINCEY apud ALVES; OLIVEIRA, 2010, p. 148).

Devido a tais consequências os operários não tardaram a formar grupos de motim e inúmeras fábricas sofreram ataques dos “quebradores de máquina”.

“No mesmo dia, nas primeiras horas da tarde, uma grande fábrica situada em Crosley foi atacada por eles [quebradores de máquinas]. O chefe da fábrica pôde, com a ajuda de alguns vizinhos, rechaçar o ataque e salvar  a fábrica por esta vez. Dois dos assaltantes morreram no lugar. Aquela gente se exasperou-se e jurou vingar-se. Assim, pois, passaram o domingo e a manhã de segunda reunindo fuzis e munições. Mineiros se juntaram então a 8.000 homens, [que] marcharam [...] até a fábrica de onde haviam sido rechaçados no sábado. Acharam ali ser Richard Clyton à frente de uma guarda de 50 inválidos. Que podia fazer com um punhado de homens contra esses milhares de enraivecidos? Tiveram que retirar-se [...] enquanto a multidão destruía de cima abaixo máquinas avaliadas em mais de 10 mil libras. Na terça pela manhã, ouvimos seus tambores a uma distância de duas milhas, pouco antes de abandonar Bolton. Sua intenção declarada era apoderar-se da cidade, depois Manchester, Stockport, e daí marchar para Cromford para destruir as máquinas não só nestes lugares como em toda Inglaterra" (BENTLEY apud ALVES; OLIVEIRA, 2010 p. 149)

A descoberta das novas fontes de energia acelerou o aumento da produção e gerou uma grande depressão que se estendeu de 1873 a 1896, e ficou caracterizado pela super produção, pela queda generalizada dos preços e dos lucros e pela falência de muitas empresas.

A única saída para esta crise nas indústrias da Europa foi buscar novos mercados, em especial nos continentes da África e da Ásia. Nestas colônias os europeus puderam explorar da mão de obra barata e elevaram as suas nações a grandes potências econômicas, dando início ao período imperialista.

A busca pela hegemonia no mercado internacional acarretou na primeira e na segunda Guerra Mundial. Só que, foi no pós-guerra que a tecnologia de informação e comunicação passou a unir povos de várias partes do mundo, e o que deveria ser benéfico para humanidade, tem tornado o ambiente instável devido os efeitos negativos como exclusão social, o recrudescimento do terrorismo, e a devastação ambiental, situações que tem colocado em xeque a existência da humanidade.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Durante a história, é de se observar que, a cada fase do avanço tecnológico, foram causadas mudanças consideráveis dentro do meio social. A busca insana pela satisfação individual gerou grandes avanços na tecnologia e no modo de vida da população mundial. Porém, acarretou em grandes diferenças sociais e culturais e o pior de todos, na destruição do meio ambiente.

Em todas as fases, a necessidade de continuar acumulando lucros acabou fornecendo subsídios para resolver os problemas vigentes. Entretanto, para frear os problemas da atualidade será necessária uma conscientização global. Pois, o problema dessa vez, atinge todo o planeta.

Algumas manifestações já estão presentes na sociedade como as correntes ideológicas do preservacionismo e o conservacionismo.

A primeira aborda a proteção da natureza independentemente de seu valor econômico e/ou utilitário, apontando o homem como o causador da quebra deste “equilíbrio”.
 A segunda caracteriza a maioria dos movimentos ambientalistas, e é alicerce de políticas de desenvolvimento sustentável, que são aquelas que buscam um modelo de desenvolvimento que garanta a qualidade de vida hoje, mas que não destrua os recursos necessários às gerações futuras. É necessário, porém, que toda a sociedade mundial esteja engajada neste processo de reestruturação do planeta.

sábado, 10 de setembro de 2011

Egito

Teólogo e arqueólogo Rodrigo Silva fala sobre o Egito

domingo, 7 de agosto de 2011

O povoamento da América e suas teorias



Murilo Benevides de Oliveira
Faculdade Tecnologia e Ciências EaD


Sabe-se que o hominídeo surgiu no continente africano a cerca de mais de um milhão de anos, e só após a evolução da espécie migraram para outras partes do planeta. No continente americano, várias teorias apontaram para a chegada do homo sapiens através do Estreito de Bering, ao norte do continente, entretanto, devido ao avanço da tecnologia, a intensidade dos estudos arqueológicos e a descoberta de objetos mais antigos encontrados ao sul, surgiram novas teorias para explicar o povoamento das Américas.

As novas teorias não negam a utilização do Estreito de Bering para o povoamento da América e sim apontam novas possibilidades de rotas para a chegada do hominídeo ao continente. Para alguns cientistas como é o caso de Maria Beltrão e Niède Guidon, há uma possibilidade de ligação entre a África do Sul e a América do Sul provocada por uma glaciação que produziu ilhas entre a África e o Brasil. Para o antropólogo francês Paul Rivet, o povoamento da America aconteceu em dois períodos, primeiro vindos da Austrália antes de Beringia e um pouco mais tarde vindos da Melanésia.

Entretanto, para alguns cientistas, a possibilidade do domínio da navegação feita pelos hominídeos é praticamente nula, fato que impossibilita a rota transatlântica. Outra tese que vai de encontro com as novas teorias é o modelo “Clovis-first” elaborada pelos nortes-americanos e, em razão do peso intelectual dos Estados Unidos na produção científica mundial, ele tem sido imposta de forma unilateral por cientistas da América do Norte para todo o continente.

O fato é que a cada ano que passa é feitas novas descobertas, e novas tese são elaboradas cada vez com mais precisão, entretanto, as interferências políticas-ideológicas que acabam protelando o progresso das pesquisas ainda são uma realidade no meio científico.

terça-feira, 28 de junho de 2011

O QUE É ESTUDAR HISTÓRIA?

Perguntas espontâneas que surgem tanto para quem se interessa pelo curso de História quanto para os que desejam saber as razões que levam alguém a estudar História.
Estudar História não é um privilégio universitário. Mas é na universidade que esse estudo ganha sua forma organizada, sistemática. Estudar História é descobrir e apropriar-se do resultado da ação dos homens no tempo, que se transforma em realidade concreta individual e social.     

Essa realidade, para a História, forma o passado. Esse passado é experimentado – no presente – como algo a ser conhecido, entendido, explicado. Por quê? Para alcançar-se uma compreensão adequada do presente. Para quê? Para entender o conjunto da realidade social humana e projetar a ação presente e futura.
Todo ser humano, de uma forma ou de outra, lida com o passado para situar-se em seu espaço de identidade e no mundo em que vive. O estudante que deseja obter um diploma universitário de História objetiva alcançar uma capacitação profissional que o habilita a investigar o passado de acordo com procedimentos metódicos, com o fito de elaborar narrativa que apreenda, descreva e explique – cientificamente – o passado que é patrimônio comum dele, de sua comunidade e da humanidade. 

O estudante interessado em torna-se um historiador deve estar consciente de que a História é um dos mais antigos saberes constituídos pela civilização. Com a Filosofia e a Literatura (poesia e teatro) a História está presente desde os primeiros momentos da nossa tradição ocidental. O esforço sistemático de compreensão racional do passado, resultando em uma obra escrita, remonta ao grego Heródoto, no século V a.C. No século XIX, com o desenvolvimento de vários instrumentos de pesquisa e de análise do documento, a História ganhou assumiu sua pretensão metódica de cientificidade.

Ao buscar estabelecer os fatores explicativos confiáveis da ação humana no passado, a História ganhou reconhecimento entre as chamadas Ciências Humanas e Sociais. Hoje em dia, a construção do saber histórico tem consciência das variáveis de sua produção, de que dependem a verdade e a objetividade sociais a que se candidata. Assim, os historiadores hoje dedicam-se também às formas de apresentar o resultado de suas pesquisas não só na historiografia, isto é, nas narrativas historiográficas, mas igualmente no ensino e na formação dos novos historiadores. 
A História, por ser científica, dialoga com os demais campos do saber, como a Literatura, a Filosofia, a Política, a Antropologia, a Sociologia, o Direito, a Economia, pois o produto final do trabalho do historiador é um texto científico de múltiplas facetas, uma composição literária, em estilo que permita ser lido com prazer.
Os futuros historiadores, portanto, devem buscar não só a competência em lidar com as fontes documentais e de outra natureza (visuais, plásticas, arquitetônicas, etc.), com a bibliografia acumulada ao longo das tradições e presente nas bibliotecas e arquivos, mas igualmente desenvolver a habilidade narrativa, com o ofício do escritor.
Em particular desde o século XIX, a História desempenha um papel relevante na construção da identidade de várias nações. Assim como cada indivíduo tem uma memória pessoal, cada sociedade constrói uma memória coletiva, cada Estado promove uma “marca” própria.

Certamente, os historiadores estão entre os principais artífices da memória coletiva, responsáveis não só pela constituição de um passado coletivo, nacional, como pela vigilância dos usos e abusos que deste passado possam vir a ser feitos.
Há quem diga que, em função da contemporânea globalização, as histórias nacionais estão em baixa. Não é verdade. Hoje, ao mesmo tempo em que se assiste à mundialização econômica e cultural, verifica-se o recrudescimento das identidades, étnicas, religiosas e também nacionais.
A História, contudo, tem dentro de si várias Histórias. Ela é plural tanto pela diversidade das perspectivas, a partir das quais é produzida, quanto pela riqueza dos temas que aborda. A História pode ser política, econômica, religiosa, das idéias, das mentalidades, dos costumes, da cultura, do cotidiano, das relações internacionais, das regiões, dos municípios, do mundo, antiga, medieval, moderna, contemporânea.

Ela pode ser recortada em diversos ângulos e em diversos períodos. Sem embargo, em todas permanece a matéria-prima básica do historiador: o tempo e a ação humana nele. Os ritmos das ações humanas no tempo não são uniformes. Há um tempo longo, sedimentado, cuja transformação é lenta, como o da geografia ou das mentalidades. Pode-se falar também de tempos intermediários, como os dos ciclos econômicos, dos regimes políticos, das organizações sociais. 

Não se pode esquecer do tempo volátil, curto, o do quotidiano imediato, dos jornais, dos acontecimentos políticos. O historiador, no fundo, é um tecelão de temporalidades. O tecido final: a História, sobre cuja trama temporal se destaca o bordado no agir humano pensado e narrado pelo historiador.

O profissional com formação em História encontra-se tradicionalmente ligado à área do magistério, podendo exercer essa atividade nas escolas de ensino fundamental e médio, no caso de ter alcançado a licenciatura na graduação, ou nos estabelecimentos de ensino superior, quando portador de diploma de pós-graduação. A experiência de pesquisa e a aptidão de realizá-la com qualidade e autonomia são requisitos para a atividade acadêmica em estabelecimentos de ensino superior.
“... Ensinar História é ensinar a fazer História. É impossível ensinar História sem o domínio suficiente de como se dá a produção histórica. Ensinar não se perfaz com transmitir conhecimentos, muito menos informação.      

Nem é o professor mero revendedor de mercadoria disponível no estoque do curso, ou simples executante de um programa de distribuição (facilitada por técnicas didáticas) de noções consolidadas pelo uso. Ao contrário, a reconstrução do próprio processo de pesquisa deve participar, de uma forma ou outra, do processo pedagógico. 
Já se vê que esta perspectiva permite resolver também a falsa dicotomia de objetivos de um curso de História, indeciso entre a formação do pesquisador e do professor: as diferenças existem, é clero, mas são de grau, contexto e organização prática do trabalho, não de natureza.”
Nos últimos tempos, entretanto, os historiadores têm encontrado formas novas de exercer suas competências. Além do ensino e da pesquisa universitária, importantes campos de atuação para o historiador são aqueles ligados aos mais variados tipos de informação: arquivos, museus, bibliotecas, administração pública, perícia técnica (demarcação de quilombos e áreas indígenas, por exemplo) etc.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Corpus Christi: por que se celebra?

A solenidade de Corpus Christi iniciou-se no século XIII. A Igreja percebeu que era fundamental reafirmar a presença real de Cristo, no pão consagrado.  Essa necessidade se aliava ao desejo do homem (e da mulher) medieval de contemplar as liturgias.  Tanto que é dessa época o costume de elevar a hóstia e o cálice de vinho, depois da consagração, para satisfazer a curiosidade daqueles que iam à igreja mais para ‘ver’ o Corpo e o Sangue de Cristo, do que para participar efetivamente da Eucaristia.
Por isso, a Igreja Católica celebra, em todo o mundo, na quinta-feira após a Festa da Santíssima Trindade, que acontece no domingo depois de Pentecostes, a festa do Corpo e Sangue de Deus, popularmente chamada de Corpus Christi.
Foi instituída pelo Papa Urbano IV em 11 de agosto de 1264, para ser celebrada pelos cristãos. 'Esse é o momento de rememorarmos a herança mais preciosa deixada por Cristo, o sacramento da sua própria presença', explica o liturgista, Marcelo Lopes.
Essa herança compreende a missa (obrigatória) e as procissões.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Egito - Livro dos Mortos - Enterro de Nany (NAH-nee)



Murilo Benevides de Oliveira
Faculdade Tecnologia e Ciências EaD


Julgamento de Nany (NAH-nee)
Arqueólogos encontraram esse papiro no enterro de Nany (NAH-nee), uma mulher na casa dos setenta. Ela era uma chantress (cantor ritual) do deus Amon-Rá e é referido como "filha do rei" (provavelmente significa que ela era filha do sumo sacerdote de Amon e rei titular, Pinodjem I). Como era costume durante o Terceiro Período Intermediário, seu caixão e caixas de shawabtis (números de trabalhadores substitutos para a vida após a morte) foram acompanhados por uma figura Osiris oco de madeira, que continha rolos de papiros inscrito com uma coleção de textos que os egiptólogos chamam de Livro de Mortos. O nome antigo era o Livro de Coming Forth by Day. É mais do que 17 pés de comprimento quando desenrolado. As inscrições hieroglíficas foram escritos por um escriba, e as ilustrações foram desenhadas e pintadas por um artista.

A cena descrita aqui mostra o clímax da viagem para o além. Nany está no Hall do Julgamento. Segurando sua boca e os olhos na mão, ela fica à esquerda da grande escala. O coração dela está sendo pesado contra Maat, a deusa da justiça e da verdade, que é representada como uma figura minúscula vestindo seu símbolo, uma pena única de grande porte, em sua cabeça. À direita, Osíris, deus do submundo e do renascimento, preside a cena. Ele é identificado por sua coroa de altura com um botão na parte superior, por sua barba longa e curva, o cajado, e por seu corpo, que parece estar envolto como uma múmia, exceto para as mãos. Às suas costas está pendurada uma menat como contrapeso para o colarinho. Em frente a ele é uma oferta de um conjunto de carne bovina. Cabeça de chacal Anúbis, superintendente de mumificação, ajusta as escalas, enquanto um babuíno - simbolizando Thoth, o deus da sabedoria e da escrita - senta-se na trave de equilíbrio e se prepara para escrever o resultado para baixo . Atrás de Nany está a deusa Ísis, a esposa e irmã de Osíris. Ela é identificada pelo hieróglifo acima de sua cabeça.

Nany tem sido questionada pelo tribunal de 42 deuses sobre seu comportamento na vida. Ela teve de responder negativamente a cada pergunta feita neste exame, muitas vezes chamado a confissão negativa. Exemplos de suas negativas são: Não tenho feito nada de errado. . . . Eu não matei pessoas. . . . Eu não contei mentiras. . . . Eu não fiz o que detesta os deuses. . . . Eu não fiz ninguém sofrer. . . . Eu não fiz declarações falsas no lugar da verdade. Nany nesta cena foi encontradas verdadeiras e, portanto, digno de entrar na vida após a morte. Seu coração não é mais pesado do que a imagem da deusa da Verdade. Anubis diz a Osíris, "Seu coração é um testemunho preciso", e Osiris responde: "Dê-lhe os olhos e sua boca, já que seu coração é um testemunho preciso."

No registro horizontal acima da cena do julgamento, Nany aparece em três episódios: a paleta de adoração divina com a qual tudo é escrito, louvando a uma estátua de Horus e de pé por seu próprio túmulo.
Nany tinha um rolo de papiro com textos segundo o direito que está no Underworld (Amduat) envolto em sua múmia na área em seus joelhos. 

Livro dos Mortos (cujo nome original, em egípcio antigo, era Livro de Sair Para a Luz) é a designação dada a uma coletânea de feitiços, fórmulas mágicas, orações, hinos e litanias do Antigo Egito, escritos em rolos de papiro e colocados nos túmulos junto das múmias. O objetivo destes textos era ajudar o morto em sua viagem para o outro mundo, afastando eventuais perigos que este poderia encontrar na viagem para o Além.

A idéia central do Livro dos Mortos é o respeito à verdade e à justiça, mostrando o elevado ideal da sociedade egípcia. Era crença geral que diante da deusa Maat de nada valeriam as riquezas, nem a posição social do falecido, mas que apenas os atos seriam levados em conta. Foi justamente no Egito que esse enfoque de que a sorte dos mortos dependia do valor da conduta moral enquanto vivo ocorreu pela primeira vez na história da humanidade. Mil anos mais tarde, — diz Kurt Lange — essa idéia altamente moral não se espalhara ainda por nenhum dos povos civilizados que conhecemos. Em Babilônia, como entre os hebreus, os bons e os maus eram vítimas no além, e sem discernimento, das mesmas vicissitudes.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

5.400 anos de história da humanidade

A linha do tempo traz os principais fatos e personagens da história da humanidade desde a invenção da escrita (aproximadamente 3400 a.C.) até os dias de hoje.
Para pesquisar um período histórico, basta escolher a época desejada na barra horizontal -dividida por séculos. Ao rolar a linha do tempo para baixo, os anos correm para o futuro. Rolando para cima, a linha retrocede no tempo.
Para saber mais sobre determinado acontecimento, clique sobre o ícone Leia mais.

até século 6º século 6º até 16 século 16 até 18 século 18 século 19 século 20




Até o século 6º (a.C.)

Primeiro sistema escrito, pelos sumérios, no sul da Mesopotâmia (região entre os rios Tigre e Eufrates, no Oriente Médio) (cultura)
3400(c)
2700(c)
Início da construção de pirâmides no Egito (tecnologia) Leia mais
Comércio marítimo entre Egito e Biblos (atual Líbano) (navegação).
Surgimento das primeiras cidades na China (tecnologia)
2500(c)

2300(c)
Império Acádio unifica cidades-estado da Mesopotâmia (política) Leia mais
Expansão do Império Egípcio até o Oriente Médio (guerra).
Início do uso de metal e cobre no Peru (tecnologia)
População mundial estimada em 28 milhões (demografia)
1500(c)
1200(c)
Decadência do império egípcio (povos)
Surgimento da civilização olmeca no México (povos)
Fenícios desenvolvem o comércio marítimo, no Mediterrâneo oriental (navegação)
David torna-se rei de Israel, com Jerusalém como capital (religião) Leia mais
População mundial estimada em 70 milhões (demografia)
1000
930
Primeiros textos hebraicos (salmos, eclesiastes) (religião)
Primeira versão do épico hindu Mahabharata (literatura)
Surgimento dos poemas épicos Ilíada e Odisséia, atribuídas a Homero (literatura) Leia mais
850(c)
814
Data legendária da fundação da cidade de Cartago pelos fenícios (colonização)
Primeiros jogos olímpicos (costumes) Leia mais
776
753
Legendária fundação de Roma (povos) Leia mais
Sólon começa as reformas da lei ateniense (política) Leia mais
594
586
Chaldean Nebuchadnezzar (Nabucodonosor 2°) invade Jerusalém; israelitas são levados para o cativeiro da Babilônia (guerra)
Gregos colonizam a Espanha (colonização)
Israelitas retornam do cativeiro da Babilônia (povos)
539
509
Proclamação da República Romana (política) Leia mais
Império persa atinge a Índia (guerra)
Pregação de Sidarta Gautama (Buda) (religião) Leia mais
Clístenes proclama a constituição democrática ateninense (política) Leia mais
508
499
Heráclito dá início à filosofia grega (filosofia)
Pensamento de Confúcio começa a se propagar na China (filosofia) Leia mais
490(c)
472
Atenas lidera a Liga de
Delos (povos) Leia mais
Roma se expande pelo Lácio e ameaça os etruscos (guerra)
Império persa em declínio (povos)
450
443
Péricles passa a governar Atenas (política)
Heródoto escreve História (cultura) Leia mais
Invenção do calendário solar na China (tecnologia)
Início da Guerra do Peloponeso (Atenas vs. Esparta) (guerra) Leia mais
Demócrito cria a teoria atômica (ciência)
431
405
Fim da Guerra do Peloponeso, com a vitória de Esparta (guerra)
Sócrates é condenado à morte, em Atenas
(filosofia) Leia mais
399
371
Tebas derrota Esparta e domina a Grécia (guerra)
Roma domina o Lácio, construindo estradas e aquedutos (povos)
Hipócrates desenvolve a medicina (ciência)
Início do reinado de Alexandre, o Grande (Macedônia) (política) Leia mais
336
334
Alexandre torna-se senhor do império persa; seus domínios se estendem até a Índia (guerra)
Morte de Alexandre e desintegração do seu império (povos)
323
284
Inauguração da Biblioteca de Alexandria (norte do Egito), com 100 mil volumes (cultura)
Invenção da catapulta como arma de guerra (tecnologia).
Surgimento da cultura maia na Guatemala. (povos) Leia mais
280
264
Início das Guerras Púnicas, entre Roma e Cartago (guerra)
Começa a construção da Grande Muralha da China (tecnologia)
210(c)
146
Fim das Guerras Púnicas e consolidação de Roma sobre o Mediterrâneo ocidental (guerra)
Budismo se espalha pelo sudeste asiático (religião)
Caio e Tibério Graco iniciam reformas em Roma
(política) Leia mais
133
73
Spartacus lidera revolta de escravos contra Roma (conflito)
Liderados por Pompeu, romanos dominam a Síria e a Palestina (guerra)
63
45
César torna-se ditador romano (política) Leia mais
César é assassinado (política)
44
31
Antônio e Cleópatra se suicidam (política) Leia mais
Otaviano torna-se o único governador de Roma (política)
Otaviano aceita o título de Augusto, marcando o início do Império Romano (política) Leia mais
27
19
Romanos conquistam a Península Ibérica e criam três províncias, entre elas a Lusitânia, atual Portugal (colonização)
Nasce Jesus de Nazaré (religião) Leia mais
6


Até o século 6º (d.C.)

1
Começa a era depois de Cristo, exatamente à meia-noite de 31 de dezembro de 1 a.C. População mundial chega a aproximadamente 170 milhões (demografia).
Morte de Augusto (política).
Tibério torna-se imperador, ficando no poder até 37 (política)
Ovídio escreve Metamorfose (literatura)
14
27
Jesus é batizado (religião)
Jesus é crucificado (religião)
30
37
Calígula torna-se imperador (política) Leia mais
Império Romano sob Nero (política) Leia mais
54
64
Cristãos são acusados e martirizados pelo incêndio de Roma (religião)
Início da diáspora judaica após destruição do templo em Jerusalém (religião) Leia mais
Surge o primeiro evangelho
(S. Mateus) (religião) Leia mais
70
75
Começa a construção do coliseu romano (tecnologia)
Provável data da invenção, na China, do papel (tecnologia)
Erupção do vulcão Vesúvio destrói a cidade de Pompéia, na Itália (desastres naturais)
79
98
Auge da expansão territorial romana. (guerra)
Cristianismo também se espalha (religião)
População mundial: 180 milhões (demografia)
100
132
Surgimento da cultura Teotihuacán, no México (povos) Leia mais
População mundial: 190 milhões (demografia)
200

212
Cidadania é estendida a todos os homens livres do Império Romano (política)
Começo do declínio do Imperio Romano (política)
235


284
Princípio da civilização maia clássica (povos)
População mundial em torno de 190 milhões (demografia)
300


306
Constantino torna-se imperador (política) Leia mais
Edito de Milão legaliza o Cristianismo no Império Romano (religião)
313


320
Início do império Gupta na Índia (política) Leia mais
Bizâncio é reconstruída por Constantino (tecnologia)
324


326
Constantino declara domingo como dia sagrado para os católicos (religião)
Renomeado de Constantinopla, Bizâncio torna-se capital do Império Romano (política)
330

378
Visigodos derrotam o exército romano (guerra)
Teodósio 1° proibe cultos pagães (religião)
391
395
O Império Romano é dividido em dois, Ocidental e Oriental (política) Leia mais
Agostinho publica Confissões (filosofia)
População mundial continua estável, em torno de 190 milhões (demografia)
400(c)
410
Visigodos saqueiam Roma (guerra)
Átila torna-se o rei dos Hunos (política) Leia mais
434
476
Deposição de Rômulo marca o fim do Império Romano (política) Leia mais
Começa a Idade Média
Clóvis, rei dos francos, dá inicio ao reino Merovíngio (política) Leia mais
496
500(c)
Os bretões, sob a liderança do legendário rei Artur, derrotam os saxões, retardando o avanço destes sobre a Bretanha (política)
População mundial em torno de 195 milhões (demografia
)



Fontes: Dicionário Ilustrado Folha, Oxford Encyclopedia of World History,
The Timetables of History (Bernard Grun), http://www.hyperhistory.co
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