CANCIÓN POR LA UNIDADE DE LATINO AMÉRICA. PABLO MILANÊS E CHICO BUARQUE

E quem garante que a História
É carroça abandonada
Numa beira de estrada
Ou numa estação inglória

A História é um carro alegre
Cheio de um povo contente
Que atropela indiferente
Todo aquele que a negue

É um trem riscando trilhos
Abrindo novos espaços
Acenando muitos braços
Balançando nossos filhos


quarta-feira, 6 de março de 2013

A primavera inacabada

ESPECIAL: Onda de protestos se espalhou pelo Oriente Médio e norte da África, derrubou quatro ditadores em um ano e matou milhares

texto retirado do Portal ESTADÃO.COM

Hani Mohammed/AP
Em dezembro de 2010 um jovem tunisiano, desempregado, ateou fogo ao próprio corpo como manifestação contra as condições de vida no país. Ele não sabia, mas o ato desesperado, que terminou com a própria morte, seria o pontapé inicial do que viria a ser chamado mais tarde de Primavera Árabe. Protestos se espalharam pela Tunísia, levando o presidente Zine el-Abdine Ben Ali a fugir para a Arábia Saudita apenas dez dias depois. Ben Ali estava no poder desde novembro de 1987.
Inspirados no "sucesso" dos protestos na Tunísia, os egípcios foram às ruas. A saída do presidente Hosni Mubarak, que estava no poder havia 30 anos, demoraria um pouco mais. Enfraquecido, ele renunciou dezoito dias depois do início das manifestações populares, concentradas na praça Tahrir (ou praça da Libertação, em árabe), no Cairo, a capital do Egito. Mais tarde, Mubarak seria internado e, mesmo em uma cama hospitalar, seria levado a julgamento.
A Tunísia e o Egito foram às urnas já no primeiro ano da Primavera Árabe. Nos dois países, partidos islâmicos saíram na frente. A Tunísia elegeu, em eleições muito disputadas, o Ennahda. No Egito, a Irmandade Muçulmana despontou como favorito nas apurações iniciais do pleito parlamentar.
Líbia demorou bem mais até derrubar o coronel Muamar Kadafi, o ditador que estava havia mais tempo no poder na região: 42 anos, desde 1969. O país se envolveu em uma violenta guerra civil, com rebeldes avançando lentamente sobre as cidades ainda dominadas pelo regime de Kadafi. Trípoli, a capital, caiu em agosto. Dois meses depois, o caricato ditador seria capturado e morto em um buraco de esgoto em Sirte, sua cidade natal.
O último ditador a cair foi Ali Abdullah Saleh, presidente do Iêmen. Meses depois de ficar gravemente ferido em um atentado contra a mesquita do palácio presidencial em Sanaa, Saleh assinou um acordo para deixar o poder. O vice-presidente, Abd Rabbuh Mansur al-Radi, anunciou então um governo de reconciliação nacional. A saída negociada de Saleh foi também fruto de pressão popular.
Veja também:
forum Mande suas perguntas para o debate que faremos segunda às 17h
especialMAPA:
A revolta que abalou o Oriente Médio
mais imagens OLHAR SOBRE O MUNDO: Imagens da revolução
Na foto: uma manifestante mostra a mão com os dizeres "nós venceremos" em árabe e as bandeiras da Líbia pré-Kadafi, da Síria, do Iêmen, da Tunísia e do Egito, durante um protesto em Sanaa, capital iemenita, contra o presidente Saleh, em outubro de 2011

sexta-feira, 1 de março de 2013

Um breve estudo sobre a Proclamação da República Brasileira

Prof. Murilo Benevides
Neste início de ano letivo a turma do 9° ano do ensino fundamental II dará início aos estudos sobre a Proclamação da República Brasileira. Diante das manifestações que acarretou no golpe de estado, que pôs fim a monarquia brasileira, há importantes questionamentos principalmente sobre a participação da população. Para tanto, o texto abaixo de Emília Viotti da Costa subsidia dados importantes para a investigação do tema. Confira.

A Proclamação da República 
                                                        (Texto de Emília Viotti da Costa)

"A Proclamação da República não resultou de uma revolução, mas de um golpe militar. Isso não quer dizer que não tenha havido um conteúdo ideológico no golpe. Este, no entanto, foi produto da ação de homens pertencentes às classes média e alta, pequenos comerciantes, advogados, jornalistas, professores, médicos, alguns fazendeiros progressistas e oficiais do Exército que adotaram ideias republicanas, filiaram-se ao partido republicano e empenharam-se desde sua fundação, nos anos 70, em fazer críticas à Monarquia e propor em seu lugar um regime republicano. Apesar dos seus esforços, no entanto, a República resultou não de um movimento popular, mas de uma conspiração entre uma minoria de republicanos civis e militares.

Para se entender as razões que moveram esse punhado de homens a derrubar a Monarquia não basta referirmos a suas ideias republicanas. É preciso explicar por que essas ideias, presentes no Brasil antes mesmo da Independência, só então se concretizaram. Por que a Monarquia foi derrubada sem que ninguém pegasse em armas para defendê-la? As respostas a essas questões encontram-se na falta de flexibilidade e adaptabilidade do sistema político existente em face das mudanças profundas que ocorreram no país no decorrer do século XIX e o desgaste da Monarquia.

A Monarquia sempre fora uma anomalia na América. Todos os demais países adotaram o regime republicano por ocasião da Independência. Circunstâncias históricas excepcionais: a invasão de Portugal pelas tropas napoleônicas e a transferência da Corte portuguesa para o Brasil em 18O8, a Revolução Constitucionalista do Porto, anos mais tarde, forçando a volta de D. João VI a Portugal, ficando em seu lugar o Príncipe D. Pedro fizeram com que o Brasil seguisse um caminho diverso dos demais países da América. Embora houvesse republicanos no Brasil, como demonstravam os movimentos em prol da Independência tais como a Inconfidência Mineira, a Revolução de 1817, e as sublevações que ocorreram mais tarde durante o período regencial, os monarquistas levaram a melhor e, com a ajuda do príncipe regente, instituíram o regime monárquico, que duraria até 1889.

Quando Pedro I renunciou à coroa e deixou o filho de cinco anos como seu sucessor, os políticos de então tiveram a oportunidade de estabelecer uma república, mas preferiram manter a Monarquia e governar em nome do jovem imperador. Quando este chegou aos 14 anos, no entanto, apressaram-se em conceder-lhe prematuramente maioridade, na expectativa de que sua presença na chefia do estado viesse a pôr fim à instabilidade política que existia no país. A partir de então, Pedro II tornou-se Imperador, embora o clima de insatisfação e faccionalismo continuassem. Somente a partir de 1848, com a derrota dos praieiros, a Monarquia se consolidou no país.

Criou-se um regime altamente centralizado, elitista, e oligárquico, um sistema bicameral, com um senado vitalício e uma câmara renovável periodicamente. O regime era pouco representativo. Apenas uma minoria possuía o direito de voto. Ficaram excluídos os escravos, as mulheres e a maioria dos trabalhadores e todos os que não possuíam renda mínima estabelecida por lei. As eleições eram indiretas, isto é, os votantes qualificados como tal escolhiam os eleitores e estes votavam nos candidatos. O resultado é que durante todo o Império o corpo eleitoral correspondia a uma porcentagem mínima da população. Além disso, a fraude eleitoral era generalizada. Pela carta constitucional outorgada por Pedro I após a dissolução da Assembleia Constituinte, o Imperador possuía o Poder Executivo e o Poder Moderador que além de outras atribuições permitia a ele interferir no Poder Legislativo, dissolvendo a câmara e convocando novas eleições. Dois partidos: o conservador e o liberal alternavam-se no poder, dependendo dos resultados eleitorais. Entretanto, quando o Imperador usava do Poder Moderador convocando novas eleições e estas resultavam na queda do partido que estava no poder e na vitória da oposição, os primeiros queixavam-se da interferência do Imperador. Através desse processo o Imperador atraiu muitos inimigos e a Monarquia desmoralizou-se.

A existência de um Conselho de Estado também vitalício e nomeado pelo imperador, com o objetivo de assessorá-lo em questões vitais para a nação, também criou resistências. Dessa forma, a organização política vigente no Império levava a um desgaste inevitável do imperador e da Monarquia. Já nos fins da década de 70 começaram os ataques ao regime e o partido republicano foi criado.

A Guerra com o Paraguai contribuiu ainda mais para desgastar o governo e irritar as forças armadas, que sofreram sérias perdas, sentiram o seu despreparo e se ressentiram da interferência dos políticos civis. O positivismo e o republicanismo cresceram entre os militares. Ao mesmo tempo, a interferência do governo na vida eclesiástica e religiosa, em virtude do direito que lhe fora conferido pela constituição, fez multiplicar os conflitos com a Igreja, base natural da Monarquia. Ao mesmo tempo, levas de imigrantes protestantes que chegavam ao país constituíam um desafio aos privilégios da Igreja Católica que até então monopolizava a educação, presidia os casamentos e controlava os cemitérios. Crescia o número daqueles que desejavam a separação entre Igreja e Estado. O número de descontentes aumentava.

O desenvolvimento econômico do país criava novas oportunidades de investimento na construção de estradas de ferro, nas indústrias, no comércio interno, no sistema bancário, nas companhias de seguros. No entanto, apesar das reformas eleitorais, a fraude eleitoral e a falta de representatividade continuavam. Estas somadas à vitaliciedade do Senado e ao Conselho de Estado garantiam a sobrevivência das oligarquias tradicionais dificultando a renovação dos grupos dominantes mantendo marginalizada a maioria das classes subalternas. O desequilíbrio entre o poder econômico e político e os conflitos de interesse entre as províncias alimentava o número dos que condenavam a excessiva centralização e almejavam a federação.

Foi dentro desse clima de descontentamento crescente que o movimento abolicionista e as ideias republicanas ganharam expressão política. Conquistada a abolição só restava dar o golpe final à Monarquia, que se revelou incapaz de realizar as reformas almejadas.

Proclamada à República aboliu-se a vitaliciedade do senado, eliminou-se o Conselho de Estado, decretou-se a separação da Igreja e do Estado, adotou-se o regime federativo e instituiu-se o sufrágio universal, excluindo, no entanto, as mulheres do direito de voto. Aboliram-se os títulos de nobreza. A família real foi exilada.

A fraude eleitoral e o domínio das oligarquias persistiram. Para muitos a República foi um desapontamento. "Essa não era a república de meus sonhos", expressão atribuída a um republicano, simboliza a situação em que se acharam todos aqueles que almejavam uma República mais inclusiva e democrática."

Referência:


sábado, 23 de junho de 2012

A função e os objetivos da criação da Companhia das Índias Ocidentais

Murilo Benevides de Oliveira
Faculdade Tecnologia e Ciências EaD
A Companhia das Índias Ocidentais ou West Indische Compagnie (WIC) em holandês foi uma das primeiras instituições privadas a negociar ações de capitalização comercial, ela foi idealizada devido ao sucesso da Companhia das Índias Orientais (VOC) no ano de 1621. A WIC foi criada pelos comerciantes protestantes holandeses, que tinha como objetivo quebrar o monopólio da coroa portuguesa e espanhola sobre o comercio e a exploração das terras descobertas no ocidente.
A Companhia funcionava como uma Bolsa de Valores, onde investidores negociavam títulos de capitalização e tonavam-se sócios nas atividades exploradoras na comercialização dos produtos produzidos nas colônias ocidentais.

No Brasil, tentou tomar posse dos engenhos da Capitania da Bahia de Todos os Santos, hoje a cidade de Salvador, na Bahia. Ao serem expulsos pelos portugueses, investiram na invasão da capitania de Pernambuco, fato que ocorreu entre os anos de 1635 e 1648, quando foram expulsos, após incentivarem a revolta dos colonos com as cobranças dos empréstimos feitas aos donos de engenhos.

A NASDAQ  lista mais
 de 2800 ações de diferentes
 empresas, em sua
 maioria de pequena
 e média capitalização. 
Porém, a comercialização do açúcar brasileiro gerou muitos lucros aos comerciantes holandeses e forneceu subsídios para a produção do produto nas Antilhas, fato que aumentou a produção em todo o mundo e banalizou o preço do produto, acarretando assim, a desvalorização do preço do açúcar.

Hoje em dia há instituições de transações comerciais em diversos países como as Bolsas de Valores NASDAQ (norte americana) e a BM&FBOVESPA (brasileira), dentre outras em todo o mundo, que tem como finalidade comercializar ações de capital aberto (públicas ou privadas) e outros instrumentos financeiros como opções e trabalho.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

A colonização no Brasil e o processo de implementação do governo-geral


A importância da implantação do governo-geral na colônia para o estabelecimento de um controle régio mais eficaz e a possibilidade de uma unidade de ação política colonial, etc.

Murilo Benevides de Oliveira
Faculdade Tecnologia e Ciências EaD
Fundação de São Vicente, segundo a interpretação do artista Benedito Calixto em 1900.
São Vivente foi a primeira povoação da América portuguesa.
A criação do governo-geral foi idealizada após o fracasso do sistema de capitanias hereditária, que visava manter a autonomia portuguesa sobre as terras descobertas. Porém, o sistema de governo-geral buscou acima de tudo centralizar e manter o poder português sobre a colônia. Para isso foram necessários coordenar um sem-número de ações antes atribuídas a cada um dos capitães donatários.

Trinta anos após a descoberta do Brasil, enfim, o governo português passou a se interessar pelas terras brasileiras e, no intuito de manter a autonomia da colônia e barrar as incursões francesas, criou o sistema de capitanias hereditárias, nomeando donatários para produzir o crescimento e garantir a autonomia portuguesa sobre as terras.

Planta da cidade de Salvador, sede do governo-geral, cerca de 1605.
Entretanto, inúmeros fatores acarretaram o fracasso do sistema, obrigando o rei D. João III a empregar novas medias, criando assim, um poder centralizado na colônia, denominada governo-geral. A partir daí, um governador geral nomeado pelo rei português, passou a dirigir toda a colônia, criando câmaras municipais, empregando a justiça, introduzindo a mão de obra escrava que acarretou no crescimento da produção da cana-de-açúcar.

A fiscalização do litoral foi feita com muita dificuldade, no entanto, o governador geral alcançou o sucesso com a expulsão dos invasores. Outro fator de grande importância na implantação do governo-geral foi a chegada dos jesuítas, com a missão de catequizar os povos nativos (os índios).

A coroa portuguesa atingiu o seu objetivo com a criação do sistema de governo-geral. A sua implantação manteve a colônia unida sobre jurisdição do governo português. E, acima de tudo, conquistou novos adeptos para a igreja católica e conseguiu estabelecer uma economia de exploração, fato que gerou muita riqueza aos portugueses.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

As causas e as lutas pela independência hispano-americana

Murilo Benevides de Oliveira
Faculdade de Tecnologia e Ciências EaD 

Capa de José Guadalupe Posada para o 
panfleto "El Grito de Libertad o Viva La 
Independência". Neste panfleto, de 1900,
o padre Miguel Hidalgo, no centro, foi
representado liderando o movimento
popular pela independência do México
Os ideais iluministas que acarretou a Revolução Francesa e consequentemente fomentou a independência dos Estados Unidos da América, teve grande influência nos movimentos emancipacionistas dos povos hispano-americanos. Entretanto, as somas das causas externas com as internas se tornaram às principais responsáveis pelos movimentos que geraram diversas guerras e proporcionaram a independência das colônias espanholas na América.

No século XVIII, a Espanha se encontrava falida devido às guerras que assolavam o território europeu. O rei Carlos IV da Espanha viu-se incapaz de resolver os problemas diplomáticos e, para tentar reverter o quadro econômico, o rei espanhol aumentou os impostos, acrescentou a venda de cargos na burocracia colonial e executou inúmeras hipotecas impopulares. As decisões do rei deram início ao afastamento da metrópole em relação à colônia. Porém foi após o início da guerra contra os ingleses, quando perdeu o poder marítimo, que a Espanha deixou transparecer a sua inutilidade aos colonos americanos.

No início do século XIX, as tropas de Napoleão Bonaparte invadiram a Espanha, tomaram o poder e aprisionou primeiramente o Rei Carlos IV e posteriormente o seu filho, Fernando. José Bonaparte, irmão de Napoleão, assumiu o trono espanhol. Os fatos ocasionaram uma crise de legitimidade do poderio espanhol em terras americanas.

Enquanto as juntas de governo se posicionavam contra o governo de José e afirmavam agir em nome de Fernando (herdeiro do trono), os colonos radicais passaram a manifestar os princípios revolucionários de soberania popular e passaram a defender a proclamação das repúblicas independentes, seja pela sensação de abandono, devido à ausência do rei, que atingia mesmo os conservadores, bem como a negação de qualquer junta metropolitana, levaram os colonos a refletirem sobre a hora de emancipar.

Os movimentos emancipacionistas foram liderados pela elite crioula (nativos descendentes de espanhóis). A princípio não alcançou grande sucesso devido à falta de apoio das massas populares e, até porque, os próprios crioulos não formavam um grupo homogêneo. Entretanto, com a ascensão dos mestiços nas atividades socioeconômica da colônia, eles passaram a lutar por melhores condições de vida e mais direitos políticos e econômicos, igualando os ideais dos crioulos.

Padre Manoel Hidalgo liderou as primeiras manifestações
a favor da independência no Vice-Reino da Nova Espanha.
Sua retórica, no entanto, colocou os mestiços contra os 
crioulos e suas manifestações foram reprimidas pelo governo
espanhol. Hidalgo morreu fuzilado.
Segregados pela hierarquia social, muitos mestiços tinham pouco ou nada em comum com a elite descendente dos espanhóis. O único elo plausível era o local de nascimento: as terras americanas. E foi justamente o nativismo que constituiu a pedra fundamental para a construção do sentimento de identidade. E mesmo assim, tanto as elites crioulas quanto as castas mestiças desconfiavam uma das outras.

A falta de entendimento entre os nativos acarretou no fracasso das primeiras manifestações de liberdade, na principal região sob domínio espanhol na América (No Vice-Reino da Nova Espanha).

Já nas áreas periféricas, como a Região Platina (Argentina) ou a Venezuela, as desigualdades entre as elites crioulas e as castas mestiças tiveram menos impacto, os únicos obstáculo foram os grupos realistas, que eram fieis a Fernando. Mesmo assim, após anos de luta contra os realistas, os crioulos conseguiram chegar ao poder na Venezuela, primeiro com Francisco Miranda, depois com Simón Bolívar, O Libertador, como ficou conhecido. Porém, as divergências internas, a oposição do clero e dos realistas, que ganharam o apoio dos lleneros (vaqueiros mestiços do interior), fizeram com que os revolucionários ficassem pouco tempo no poder.

O alto de declaração da independência da Venezuela, de Martin Tovar, quadro pintado em 1883. A independência da Venezuela foi um processo longo, marcado por diversos acontecimentos. O quadro mostra o ato ocorrido em 5 de julho de 1811, na sala do Conselho Municipal de Caracas. No entanto, os espanhóis voltariam a conquistar a região. A independência só se efetivaria em 1819.
Em 1814, com o fim das Guerras Napoleônicas, Fernando VII voltou a assumir o poder da Espanha e consequentemente passou a reprimir as rebeliões. Ele também revogou a Constituição liberal de 1812, restaurando o absolutismo. A imposição do rei, entretanto, atingiu tanto os espanhóis como os colonos. Na Espanha, a Revolução Liberal de Cadiz enfraqueceu a autonomia da metrópole sobre a colônia. Na América os patriotas tantos os crioulos como os mestiços passaram a sentir a necessidade de se unirem para atingir um bem comum.

Anos antes, Simón Bolívar havia retornado à luta na Venezuela. Contratou um exército mercenário, bem como conseguiu atrair para o seu lado parte dos llaneros. Entre 1819 e 1821, o Libertador conseguiu libertar Nova Granada e depois a Venezuela: Bogotá, Caracas e Quito.

Simón Bolívar, Libertador e pai da nação, pintura
de José Figueroa, 1819. Expostana Casa Museu

Quinta de Boliívar, Bogota.A pintura foi elaborada 

para celebrar a independência da Nova Granada,

 a república foi representada como um índia.
Neste meio tempo, a Revolução Liberal de Cadiz acabou dividindo e enfraquecendo os grupos de oposição ao movimento emancipatório. Devido às chances de conquistar a liberdade, os patriotas passaram a contar com o apoio da Inglaterra e dos Estados Unidos, que viam na “América Livre” um novo ambiente de investimento financeiro.

Apesar de conquistarem a vitória nos extremos Norte e Sul da América do Sul, os patriotas encontraram resistência na elite crioula de Lima, traumatizada pelas rebeliões indígenas da década de 1780, que manteve-se fiel à Espanha.

Ao sul, José Sam Martin garantiu a independência das Províncias Unidas do Rio da Prata em 1816, depois atravessou os Andes e libertou o Chile. Feita a independência chilena San Martin partiu para o Peru, onde, juntamente com a esquadra corsária de lorde Cochrane, conseguiu bater os realista e ocupar Lima, proclamando a República em 1821.

Entretanto as forças metropolitanas reorganizadas encastelam-se no alto Peru (atual Bolívia). Em julho de 1822 San Martín entra em acordo com Bolívar e retorna para a Região da Prata. Tenente Antônio Jose de Sucre assume o seu lugar e em dezembro de 1924 captura o último vice-rei espanhol na América. Faltava apenas a rendição da guarnição de Callao, ocorrida em janeiro de 1826. Afora Cuba e porto Rico, a América espanhola estava livre.

América espanhola emancipada
A repercussão da Revolta Liberal espanhola fez com que muitos realistas passassem para o lado separatista. O próprio comandante das tropas espanholas, Augustín de Iturbide, aderiu ao movimento e fez-se proclamar imperador do México. Porém, sua indisposição com a Assembleia Constituinte levou-o a abdicação do trono. O México tornou-se República Federativa semelhante aos Estados Unidos em 1923.

O processo de Independência da América espanhola libertou uma imensa região, que devido aos conflitos de interesses tendeu a fragmentação administrativa colonial. O fim das lutas emancipacionistas foi apenas o início de outras lutas, agora entre as oligarquias crioulas das diversas frações recém-libertas. A opressão e exploração, sobre as castas raciais, que antes vinham da metrópole agora se estendia dentro das lideranças da própria América. Porém, essa é uma outra história.

Como ficou dividida a América após a Independência
Grupo de índios, litogravura de Mariano Felipe Paz Soldán, 1863. Exposta na Biblioteca de artes decoratifs, Paris. Depois da independência, os índios perderam posse comunitária das terras e tiveram de se integrar, como trabalhadores assalariados, à economia de mercado.



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